Arquitetos à frente da Meneghisso & Pasquotto Arquitetura explicam as diferenças, vantagens e como acertar no modelo de acordo com as demandas do projeto
As ilhas de cozinha podem se tornar desde áreas de preparo até espaços para refeições informais com o uso de banquetas ou cadeiras. Já as penínsulas podem ser adaptadas para incluir áreas de armazenamento ou até mesmo pequenas bancadas para café da manhã | Projeto Meneghisso & Pasquotto Arquitetura | Foto: Divulgação
Nos últimos anos, ilhas e penínsulas passaram a ser vistas como soluções inteligentes na arquitetura de interiores diante do objetivo de otimizar os espaços, melhorar a circulação e criar áreas multifuncionais. Suas presenças foram impulsionadas pela valorização de plantas abertas e a integração de ambientes, tendências que ganharam força nos projetos contemporâneos.
A cozinha, outrora um espaço fechado e exclusivamente funcional, transformou-se no coração da casa moderna. "Enquanto as ilhas oferecem um ponto central para preparo de alimentos, armazenamento e refeições, as penínsulas surgem como alternativas versáteis para espaços menores, mantendo a integração visual com outros ambientes. Juntos, elas refletem o cenário de um mundo que valoriza a eficiência sem abrir mão do conforto e do design", dizem Mariana Meneghisso e Alexandre Pasquotto, sócios à frente da Meneghisso & Pasquotto Arquitetura.
O conceito em detalhes
A principal diferença entre os elementos está na disposição no ambiente. Alexandre Pasquotto explica que a ilha de cozinha corresponde a uma bancada completamente solta no espaço, enquanto a península é apoiada em uma parede. "Essa diferença estrutural impacta diretamente na proposta final do projeto", pontua.
As ilhas e penínsulas também se destacam como áreas de convívio, especialmente em cozinhas conectadas com salas de estar ou jantar | Projeto Meneghisso & Pasquotto Arquitetura | Foto: Divulgação
Segundo Mariana, a ilha é ideal para cozinhas amplas onde é possível centralizar funções como preparo de alimentos, armazenamento e até refeições. Por outro lado, a península é recomendada para espaços menores, pois aproveita a parede para ganhar estabilidade e otimizar o uso do ambiente. "Nesse caso ela (a parede) responde como uma extensão da bancada ou uma área de transição entre a cozinha e os demais cômodos", detalha.
A definição é feita com base no layout da cozinha, priorizando a ergonomia e a circulação. A dupla de arquitetos ressalta que o estudo do projeto é fundamental para garantir que a opção escolhida atenda às necessidades do morador sem comprometer a fluidez do espaço.
Pontos positivos e recomendações
Mariana Meneghisso e Alexandre Pasquotto avaliam que as ilhas oferecem mais liberdade de design, com potencial de se tornarem o ponto focal da cozinha. Ademais, o elemento permite a inclusão de diversos equipamentos como pias, cooktops, fornos e áreas de armazenamento, além de servir como espaço para refeições informais quando combinadas com banquetas ou cadeiras. "Por isso, são indicadas para cozinhas grandes ou integradas com salas de jantar e living", orientam. As penínsulas são recomendadas para plantas compactas onde a praticidade e a otimização do espaço são prioridades.
Materiais eco-friendly, como madeiras de reflorestamento, quartzos com certificação ambiental e porcelanatos reciclados, estão sendo cada vez mais utilizados para reforçar a questão ambiental | Projeto 3D da Meneghisso & Pasquotto Arquitetura | Foto: Divulgação
E na hora de projetar?
Os arquitetos alertam sobre alguns erros comuns no planejamento das cozinhas – caso da circulação. Para evitar desconfortos, Mariana e Alexandre adotam o chamado 'triângulo de trabalho', que consiste na disposição estratégica da geladeira, pia e fogão, garantindo que o fluxo de atividades na cozinha seja fluido e eficiente.
Uma tendência que vem ganhando espaço é o uso de estruturas metálicas para sustentar ilhas e penínsulas, em vez da tradicional alvenaria. Essa solução não só reduz custos e tempo de execução, mas também permite maior flexibilidade no design e na racionalização do espaço | Projeto Meneghisso & Pasquotto Arquitetura | Foto: Divulgação
Outro ponto importante é o dimensionamento e, embora não haja medidas mínimas ou máximas definidas, é preciso garantir que a ilha ou península tenha espaço suficiente para o conforto e praticidade. "Uma bancada muito pequena pode limitar as atividades, enquanto uma muito grande pode comprometer a circulação e a ergonomia do ambiente", ressalta o arquiteto Alexandre.
A escolha dos materiais também exige atenção e os tampos devem ser escolhidos com base na durabilidade, resistência ao calor, umidade e facilidade de limpeza, além da estética.
"Tampos de mármore e granito são clássicos e oferecem um visual sofisticado, mas podem ser suscetíveis às manchas e batidas. Já as superfícies ultracompactas, como quartzos e porcelanatos, se evidenciam pela resistência e versatilidade", destaca Mariana.
Ademais desses clássicos, a arquiteta também sugere outros materiais:
- Quartzito: combina a estética do mármore com a resistência do granito, sendo uma opção durável e de baixa manutenção.
- Dekton: ultra resistente a riscos, manchas e altas temperaturas, ideal para cozinhas de alto desempenho.
- Corian: superfície sólida e moldável, permite bancadas sem emendas aparentes, mas são sensíveis a calor e riscos.
- Madeira Maciça: charmosa e aconchegante, mas requer impermeabilização e manutenção constante.
- Aço Inox: Muito usado em cozinhas profissionais, é resistente, higiênico e fácil de limpar.
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